Com a morte de Itamar Franco, Zezé Perrella (PDT) assume uma cadeira no Senado Federal. A troca significa uma cadeira a menos para oposição na Casa. E o episódio não é incomum. Na composição atual do Senado, DEM e PSDB já perderam quatro cadeiras, por razões diversas. Em todos os casos, o posto ficou com um partido governista.
Rosalba Ciarlini (DEM-RN) transformou-se em governadora e passou a bola para Garibaldi Alves (PMDB), aliado do governo. Raimundo Colombo (DEM-SC) também assumiu o governo de seu estado. Em seu lugar, ficou Cacildo Maldaner (PMDB), que mantém certa independência do governo mas não engrossa as fileiras da oposição.
Marisa Serrano (PSDB-MS), que deixou o Senado para ocupar um posto no Tribunal de Contas de seu estado, deixou a cadeira para Antonio Russo (PR). Eliseu Rezende (DEM-MG), que morreu em janeiro, foi substituído por Clésio Botelho (PR).
As trocas têm reduzido ainda mais o já diminuto peso da oposição no Senado. DEM e PSDB possuem, juntos, apenas 15 dos 81 senadores. Itamar era o único nome do PPS na Casa. O PSOL possui dois senadores – mas Marinor Brito (PSOL-PA) deixará o cargo a qualquer momento, quando a Justiça confirmar a posse de Jader Barbalho (PMDB), que havia sido barrado pela Lei da Ficha Limpa.
A perda de cadeiras no Senado não é o único problema trazido pelas alianças da oposição com partidos governistas. Os laços forjados por acordos regionais também criam situações constrangedoras. O suplente de Jayme Campos (DEM-MT), por exemplo, é ninguém menos que Luiz Antônio Pagot (PR), afastado do comando do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) depois que VEJA revelou a existência de um esquema de corrução no Ministério dos Transportes. O DEM critica veementemente os desmandos na pasta. Mas parece não ver problemas em uma eventual ascensão de Pagot ao Senado.
(Gabriel Castro, de Brasília)
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