O CADERNO QUE SALVOU O CAFÉ
FILTRO DE CAFÉ - 1908
Na Dresden de 1908, trabalhos escolares inspiraram uma invenção que mudaria a maneira como bebemos café. Irritada com a borra que estragava o prazer da bebida, a alemã Melitta Bentz arrancou do caderno de seu filho Willy uma folha de papel de mata-borrão, usado para absorver o excesso de tinta. Recortou um círculo do papel, pôs no fundo de um pote perfurado, adicionou pó de café e água quente. Funcionou melhor do que o antigo coador de pano. O café estava mais límpido e sem borra. No mesmo ano ela patenteou o produto e fundou com o marido a Melitta Bentz Company. Chamado de "utensílio do coador" na época, o invento fez sucesso em feiras de negócios nos anos seguintes. E não parou. A Melitta é um gigante do setor até hoje, atua em 60 países e faturou R$ 3,4 bilhões em 2010. E o filtro de café criado por Melitta não está só nas cafeteiras. "Sabemos de artistas que usam o filtro em obras. Jardineiros o utilizam nas plantações, há saquinhos de donuts de filtro e outras aplicações curiosas", diz Jorg Bentz, bisneto de Melitta, que atualmente administra a empresa ao lado dos irmãos.
A SEMENTE QUE INVADIU O GUARDA-ROUPA
VELCRO (1941)
A natureza inspirou o engenheiro suíço George de Mestral a criar um mecanismo que pudesse substituir zíperes e botões em roupas e acessórios. Em 1941, ao passear com seu cachorro por um bosque alpino, pequenas plantas que grudavam na roupa e no bicho chamaram sua atenção. Eram sementes de bardana, um tipo de carrapicho. Ao analisá-las no microscópio, De Mestral descobriu que ganchinhos faziam as sementes grudar tão facilmente. Foi então que veio a ideia de desenvolver um material com ganchos de um lado e um tecido para prendê-los de outro. Assim surgiu o princípio do "fecho de gancho e argola", ou velcro, termo nascido das palavras francesas velour (veludo) e crochet (gancho). O inventor enfrentou resistência, mas mesmo assim fundou em 1952 sua indústria, a Velcro. Hoje, o produto não está só nos guarda-roupas. Mantém a inviolabilidade de computadores do Pentágono e ajuda jardineiros a cultivar plantas, por exemplo. O invento é tão conhecido que Joselito Araújo, distribuidor da Velcro no Brasil, reconhece que ele é bem mais popular do que a própria empresa, mesmo ela sendo uma multinacional presente em todos os continentes.
A CAFETEIRA QUE REVOLUCIONOU A INTERNET
WEBCAM - 1991
Preguiça e a vontade de tomar café quente fizeram que estudantes de informática da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, inventassem a webcam. Como a única cafeteira disponível ficava relativamente longe dos laboratórios, o café fresquinho acabava antes que os eles pudessem bebê-lo. Foi então que dois alunos viraram o jogo. Quentin Stafford-Fraser e Paul Jardetzky colocaram uma câmera apontada para a cafeteira. Conectada a um computador, ela enviava imagens a cada três minutos aos computadores ligados a o que eles batizaram de clube de café do Trojan Room. Era o fim do café frio. Em 1993, a câmera foi ligada à internet, transformando-se em um dos primeiros ícones culturais da rede. A cafeteira ganhou fãs mundo afora e foi filmada até 2001, em um evento com cobertura da imprensa do mundo todo. A dupla não ficou milionária (a empresa Connectix pensou no uso comercial do invento e lançou a webcam em escala industrial em 1995), mas ficou célebre no mundo tecnológico, ganhando cargos de chefia em empresas de tecnologia.
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