quinta-feira, 11 de agosto de 2011

PARABÉNS ADVOGADO#diadoadvogado

Onze de agosto, dia do advogado


Publicado por Damásio de Jesus

Neste onze de agosto, dia do advogado, estamos também, mais uma vez, comemorando o aniversário da instituição dos cursos jurídicos no País, lembrando seu criador, o Imperador D. Pedro I, em 1827.

Ano a ano, nesta data, na minha carreira dedicada ao Direito – no Ministério Público, como professor e advogado –, tenho o costume de refletir mais sobre a nossa profissão, suas responsabilidades, as imensas possibilidades que ela oferece para fazer bem ao próximo e à coletividade. E não me esqueço dos riscos que nos apresenta, profissionais da área jurídica.


Tenho por hábito fazer um exame da minha própria consciência. Procuro repassar minha vida profissional inteira, reafirmando os belos ideais que, muito jovem, admirei e aos quais decidi consagrar minha vida. Ao mesmo tempo, examinando com rigor minha vida, perguntando em que medida fui fiel ao compromisso assumido há décadas, na minha formatura, de servir ao próximo como advogado.

Recomendo sempre, aos jovens alunos que, com grande alegria minha, me cercam com sua amizade, afeto, respeito e generosidade, a que procedam da maneira por mim mesmo questionada.

Sejam sempre fiéis aos ideais que um dia nos atraíram para os cursos de Direito: são nobres, elevados e dignos de nossa dedicação integral e até mesmo, se preciso for, de sacrifício maior.

O exercício da advocacia tem analogia com o do sacerdócio e, também, com o da Medicina. Sacerdotes, médicos e advogados vivem de seu trabalho. O apóstolo São Paulo diz que é justo ao sacerdote viver do altar, isto é, ter condições de consagrar sua vida religiosa em favor de suas ovelhas, exercendo seu ministério ao povo fiel. Igualmente, dizia o Santo, o médico e o advogado, deve entregar-se inteiramente à defesa dos direitos de quem quer que seja.

Nos três casos referidos, é muito importante que o interesse econômico ceda o passo ao idealismo. Um sacerdote, um médico ou um advogado que veja o lucro material como primeiro objetivo de sua vida, forçosamente será um mau padre, mau facultativo, mau causídico.

Curiosamente, esse ministério e as duas profissões, tão nobres e tão necessárias à boa ordem da sociedade humana, são as mais criticadas e ridicularizadas, precisamente por culpa dos maus elementos que por vezes as exercem. Uma rápida pesquisa na Internet, utilizando-se qualquer um dos mecanismos de busca que tanto facilitam nosso trabalho, atualmente revela inúmeros provérbios populares por meio dos quais diversos países criticam os maus religiosos, os maus médicos e os maus advogados. Existem livros inteiros coligindo piadas sobre advogados – para falar somente da nossa profissão – e por certo ainda muitas ainda serão inventadas e escritas. Já na Idade Média corriam, na Europa, historietas jocosas alusivas aos advogados que exploram e sugam as economias dos pobres, que mentem, que usam e abusam de artifícios dialéticos para fazer triunfar causas nem sempre das mais honestas. Mas, apesar de tudo, a profissão de advogado, pela nobreza que lhe é intrínseca, continua prestigiada e justamente considerada pelo imaginário coletivo dos povos. Nada mais natural que designar Jesus Cristo como nosso advogado, como fez o Apóstolo São João:

“Meus filhinhos, estas coisas eu vos escrevo para que não pequeis, e se alguém pecar, temos um Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo” (I Jo, 2.1).

A linda e poética oração da Salve Rainha, que consta ter sido composta na Idade Média por São Bernardo de Claraval, invoca também a Virgem Maria como nossa advogada:

“Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei”.

Por mais que o raro exemplo negativo do mau advogado seja divulgado no anedotário e nas histórias populares, o fato é que continua e sempre continuará qualificada como nobilíssima a nossa profissão. Meus queridos alunos e advogados, estejamos sempre à altura dela.

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